Dissecando um Produto

Bernard De Luna20 de maio de 2019

A primeira newsletter de uma odisséia muito louca

Você já parou para pensar o que caracteriza um produto ou um produto digital? Quais as áreas, cargos e funções de uma pessoa de produto? Que habilidades são necessárias para ser a pessoa responsável por um produto?

Ótimo! Pois, é sobre tudo isso que vamos começar a nossa primeira newsletter!

Produto, Serviço e Solução

Ouvi pela primeira vez essa diferenciação de um chefe, quando eu tinha 20 anos (2004, mas não conte a ninguém). A definição é simples, mas muitas vezes precisamos repetir o óbvio até que ele faça sentido em nosso pensamento e discurso, certo?

Produto = O que é tangível, produzível, manufatura (não consigo imaginar alguém usando essa palavra nos dias de hoje).

Serviço = O que é intangível, ação, o que fazemos para/por/com alguém.

Solução = Geralmente é algo sob demanda, que demanda um produto e um serviço.

“Vocês já pararam para pensar sobre os países Peru e Turquia”

Peru é um país, é um animal e é usado para ambiguidades sacanas em português. Turkey é um país, é um animal e é usado para ambiguidades sacanas em inglês.

Eles são o mesmo animal, são as mesmas ambiguidades sacanas, porém representam países diferentes! 🤔🤔🤔😮😮😲😲😲

O off-topic acima tem tudo a ver com a diferença de produtos e serviços. Vamos ao cenário:

“Vou fazer uma tatuagem” ou “vou fazer o cabelo”

“I'm going to get a tattoo” ou “I'm going to get my hair cut”

Em português, temos uma falsa impressão que estamos adquirindo um Produto, pois eu vou fazer, eu sou a ação, logo a tatuagem e o cabelo (corte) são produtos.

No entanto, em inglês, fica claro que vou receber uma tatuagem ou um corte de cabelo, logo, alguém fara essa ação em mim (para mim), caracterizando um serviço.

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Produtos Digitais e o Agnosticismo

Na onda de se criar produtos digitais, como aplicativos, licenças de softwares, jogos. Ganhamos uma grande evolução da complexidade de como criar e sustentar esses produtos, e com isso a criação de uma nova função nas empresas, a área de produto.

Essa área está situada da seguinte forma:

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Acredito que você já deva ter visto esse relacionamento acima, mas vamos rapidamente explicá-lo tá? Prometo ser breve:

O conceito acima foi desenhado por Jonathan Korman em 2001. Nele, Korman, mostra as competências e atenção necessária para se lançar um produto de sucesso. Nessa evolução, foi percebido que a pessoa de produto caminharia entre o Marketing, Design e Engenharia, garantindo o melhor dos 3 setores, gerando um produto de sucesso.

Por isso, o produto é considerado uma função agnóstica, por não puxar sardinha para nenhum dos 3 setores digitais. Através do conhecimento (argumentos, dados, oportunidades), ele pode se debruçar um pouco mais em um setor, mas sempre focado ou obcecado (podemos falar disso em outra newsletter) no seu usuário final.

Funções de produto e a sopa de letrinhas

Vamos ser objetivos?

  1. Analista de Produto - Iniciante na área de gerenciamento de produto
  2. Líder de Produto - Alguém do time multidisciplinar que acumula essa função, muitas vezes confundidas com PO.
  3. Product Owner (PO) - Função de onde existe Scrum (também utilizada em outros modelos ágeis) para determinar a função da pessoa responsável pelo Backlog.
  4. Gerente de Produto ou Product Manager (PM) - Profissional mais experiente de gerenciamento de produto
  5. Coordenador de Produto - Posição parecida com a de Gerente de Produto, porém com mais autonomia e participação estratégica.
  6. Global Product Managers (GPM) e Head de Produtos - Posição não operacional, focada em desenvolvimento humano do time de PMs e visão estratégica e macro do portfólio ou roadmap de produtos.
  7. Diretor de Produtos e Chief Product Officer (CPO) - Posição de maior hierarquia de produto, responsável por definir e acompanhar objetivos e metas da empresa, e levar o macro para a próxima hierarquia, buscando clareza, propósito e alinhamento de expectativas.

Habilizando-se

Você já ouviu falar sobre esse termo? Ainda bem, pois acabei de inventar.

Muitas pessoas realmente não acreditam ser capazes de se tornarem “pessoas de produto”. As objeções são muito fracas, como “Não sei programar”, “Não venho dessa área de startups”, “Não sei avaliar o peso de uma tarefa”.

Uma pessoa de produto (analistas e PMs) precisa focar em 3 funções muito claras: Observação, Planejamento e Comunicação.

Observar é acompanhar indicadores, extrair informações relevantes para escolhas e tomadas de decisão. Ser curioso é uma necessidade!

Planejar é gerar hipóteses de melhoria, é pensar nos cenários possíveis, apresentar cenários, caminhos possíveis e o risco de cada decisão, assim como suas métricas de sucesso.

Comunicar é conseguir ser claro em seu argumento, usando dados para orientar a tomada de decisão, facilitando a comunicação e debate entre as demais disciplinas (marketing, cs, engenharia, design, etc).

Conclusão

Você não precisa de um cargo para ser uma pessoa de produto, você precisa realizar essas funções acima, a partir daí, as suas habilidades existentes vão surgir e combinar em uma pessoa fantástica, pronta para aprender com o produto e melhorá-lo cada vez mais.

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