Invalido a hipótese amada em 3 dias

Bernard De Luna17 de junho de 2019

Ô meu Xangô! Quantas vezes eu já ouvi isso em mentorias e eventos? Sabe aquela história de acreditar em seus sonhos?

Pensando nisso, resolvi escrever para você, que TENHO CERTEZA que não é esse tipo de pessoa, mas vai me ajudar a evangelizar verdades e ciência para outros empreendedores e profissionais de alta performance, certo?

Por que queremos seguir nossas intuições às cegas?

Gostaria de colocar a culpa em Noé, que acreditou contra tudo e todos, e no fim deu certo. Porém, a grande verdade é que se trata de um paradigma cerebral chamado, Efeito de Dunning-Kruger.

O Efeito Dunning-Kruger é o fenômeno pelo qual indivíduos que possuem pouco conhecimento sobre um assunto acreditam saber mais que outros mais bem preparados, fazendo com que tomem decisões erradas e cheguem a resultados indevidos; é a sua incompetência que os restringe da habilidade de reconhecer os próprios erros[1]. Estas pessoas sofrem de superioridade ilusória.

Wikipedia

É como meu tio Armando que não vai ao hospital, pois, assim ele nunca fica doente.

Você colocar o seu sonho ou ideia a prova, vai te obrigar a aceitar que sua ideia não tem público ou mercado, ou melhor, que o risco dela é muito grande para você investir seu tempo, dinheiro e energia.

O poder colaborativo de uma hipótese

Hipótese é a ideia de comprovar um fenômeno. Aplicando para nosso contexto, é quando achamos ou acreditamos em algo, sem ainda ter realmente testado ou validado.

Gerar uma hipótese é mais que falar “eu acho que…”, pois, faz parte de um método científico que exige um pouco mais de informações do que apenas uma suposição.

“Não importa quantos cisnes brancos você veja ao longo da vida, isso nunca lhe dará certeza de que cisnes negros não existem.”

Karl Popper

Todo teste de uma hipótese possui duas características: Falseabilidade e Testabilidade

Falseabilidade: Propriedade de uma hipótese poder ser mostrada falsa. Testabilidade: Capacidade (possibilidade e dificuldade) de uma hipótese poder ser testada.

Achar algo, traz consigo um grande desafio de engajar pessoas em cima do seu pensamento. Mas, ao se determinar uma hipótese, você engaja o seu grupo a criar um experimento, fazendo ela deixar de ser sua, se tornando de toda a equipe/empresa.

Você nunca mais deveria buscar validar sua hipótese! Veja o porquê.

Karls Popper, principal nome científico voltado para hipóteses, cunhou o termo Falsificabilidade, que é o ato de tentar criar afirmações falsas para a hipótese, de modo a refutá-la. Caso isso não seja possível, nossa hipótese é verdadeira.

Hipótese: Se você tomar café a noite, você vai demorar a pegar no sono?

De cara, você já entende que não é tão simples validar a hipótese acima, pois, diversos fatores internos e externos afetam diretamente o resultado de Afirmativo ou Falso da hipótese acima.

Então, vamos tentar “falsificar” essa hipótese?

Antítese: Pegar no sono não é afetado ao tomar café a noite.

Nesse momento, criamos uma Antítese! (esse é o momento que você liga para o seu professor de português e fala, ahhhhh! Agora entendi). Criamos uma frase oposta a hipótese, nos dando mais oportunidade de demolir a ideia inicial.

Desconsiderando que a vontade de validar sua hipótese trabalhará a sua paixão e te deixará mais suscetível a não ser científico ou considerar todas as variáveis que podem impactar a Testabilidade da sua hipótese, o fato de você transformar a hipótese em uma antítese vai te ajudar a entender o próximo capítulo: A TESE.

A TESE!

Dependendo dos resultados do seu experimento, a hipótese poderá ser rejeitada como falsa ou aceita como verdadeira.

A parte mais gostosa disso tudo, quando falamos de produtos e negócios, é que todo esse trabalho está afirmado no AGORA, ou seja, mesmo hipóteses apoiadas por evidências científicas, validações, experimentos e aceitas como verdadeiras são suscetíveis à rejeição mais tarde, quando novas evidências se tornam disponíveis.

Tomar café descafeinado a noite, não afeta o pegar no sono.

Então, em vez de rejeitar uma hipótese porque ela foi falsificada por novas evidências (nem todos os cafés a noite afetam o pegar no sono), você deve simplesmente adaptar a ideia existente para acomodar a nova informação.

Assim sendo, uma hipótese pode nunca se tornar incorreta, mas apenas incompleta.

Conclusão e passo-a-passo

A partir de ler esse artigo, você está mais que pronto para “trucar” seus/suas colegas de trabalho quando falarem “acho” ou até mesmo “tenho uma hipótese”.

Para te ajudar no que fazer em seguida, segue esse passo-a-passo matador!

  • Assim como a filosofia, tudo começa com uma pergunta! Antes de perder tempo com a elaboração de uma hipótese, qual pergunta você quer responder?
  • Hipóteses não são perguntas. Hipótese é a ideia a ser testada sobre o que acontecerá.
  • Uma boa escrita de hipótese é “_se _eu fizer isso _, então _isso_ vai acontecer._
  • Toda hipótese precisa ser clara e simples. Elimine as variáveis e garanta que todos entenderam exatamente o que vai acontecer.
  • Se sua hipótese não for testável, ela não pode ser experimentada e se tornar uma tese, por isso precisa ser descartada, ou adaptada.
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