Quem é você, diga logo, que eu quero saber o seu jogo

Bernard De Luna9 de setembro de 2019

Você já deve conhecer os principais cargos de uma pessoa de produto, caso não, esse foi a nossa primeira newsletter. Corre lá que tem muita coisa boa para introduzir ao mercado.

Por incrível que pareça, ainda é bastante nebuloso saber o que uma pessoa de produto faz, na prática, de forma objetiva.

Resolvi reunir 3 ações bem definidas, de forma objetiva, em um artigo curto (espero que dessa vez eu consiga).

Negociar escopo

Escopo de produto é a expectativa do cliente (mesmo que um cliente interno) em relação ao produto e ao levantamento das características necessárias para entregar de acordo com o esperado. Você como pessoa de produto, precisa responder essas perguntas:

  • O que está dentro da entrega combinada com o time?
  • Qual o mínimo que precisa ser colocado no ar (MVP, MVE, use a sigla que você quiser :))?
  • Existe algum deadline (data limite) para isso (quando afeta algum KPI da empresa, pode gerar multa, expectativa ou cobrança de um cliente externo, etc)?
  • O use case ou “end-to-end demo” (uma lista de ações ou passo-a-passo dos eventos que a personagem precisará realizar para cumprir um objetivo) está bem definido, para que você possa testar depois a qualidade da entrega?

Negociar escopo exige uma habilidade de relacionamento muito boa, pois você estará lidando com conflitos, atrasos, entregas sem qualidade, e caberá a você desenvolver o time para atingir o resultado esperado, com muita liderança e jogo de cintura. Lembre-se, às vezes, é mais importante perder batalhas para se ganhar uma guerra.

Ajudar a definir e atingir a visão de produto

Um produto sem visão é um produto a deriva. A pessoa de produto precisa não só ajudar a definir essa visão, como também ser a principal evangelizadora desse oriente.

Novamente, não só como frase e atitude, mas ser o principal indicador que mostra que estamos no caminho certo e até mesmo o que precisamos fazer ou melhorar, para chegarmos nesse objetivo em comum.

Uma das formas de fazer isso é entender o mercado e as necessidades dos consumidores, assim como mapear os concorrentes e como eles estão atuando para chegar nos objetivos, dentro do mesmo mercado que o seu.

Muita gente aqui deve perguntar, mas Bernard, não estamos falando de Mercado? Isso não é com o CEO, ou o Marketing, ou até mesmo um Analista de mercado? Growth?

Eu te respondo, primeiro, me chame de senhor Bernard, mentira, me chama de Bê! Segundo, Uma pessoa de produto precisa participar de tudo que está na tríade de produto (Mkt, Design, Dev), o que não quer dizer que ela vai chegar no resultado sozinho. Então, se minha empresa/divisão possui uma área de análise de mercado, eu vou sinalizar que tenho uma demanda de pesquisa e passo a acompanhar.

Aqui na empresa, por exemplo, nós temos contrato com uma das maiores empresas de pesquisa do mundo, então, nós temos um encontro mensal para levarmos perguntas e tirarmos dúvidas sobre coisas de mercado, tendências, mudanças comportamentais de público-alvo, etc. E eles vão nos entregando dados e análises que suportam isso. É outro nível de brincadeira de análise de cenários.

Se envolver com cada elemento de um produto

Podemos dividir um produto em 2 etapas: Lançamento e Pós-lançamento. Elas são formadas por Design (Upstream) e Desenvolvimento (Downstream).

O trabalho de uma pessoa de produto é participar da etapa de Design da ideia, da conceituação até se a documentação e telas está de acordo com o desejado. Depois, o trabalho é monitorar a etapa de desenvolvimento, garantindo que o que está sendo desenvolvido está priorizado de acordo, se as entregas estão de acordo, e se a documentação está de acordo com o que foi projetado.

Porém, a parte mais gostosa de produto é o pós-lançamento, onde realmente vamos medir se o que foi projetado está entregando o valor esperando, se a hipótese foi validada, se a funcionalidade está sendo usada, ou se você falhou miseravelmente em suas suposições.

E se isso acontecer, respire fundo, dê uma risada bem alta e diga “HAHAHA ERREI TUDO”! Doces e Só Pra Contrariar acústico podem ajudar nesse momento.

Conclusão

O conhecimento de métricas, assim como OKRs, KPIs e comunicação, não são tarefas, e sim conhecimentos necessários para você realizar o seu trabalho de forma incrível.

Quando nos envolvemos com a visão do produto, passamos a ter uma “BIG PICTURE” (Grande visão) do produto e da empresa, isso nos ajuda a entendermos o que é prioritário e nos permita negociar o escopo com o time, reforçando a liderança e a unidade da equipe. Com isso, você terá mais aberturas e ajuda da própria equipe para se envolver mais ativamente com cada elemento do produto, seja para o lançamento de uma feature, nova versão ou um novo produto, até mesmo pós-lançamento, medindo, acompanhamento, experimentando.

Ah! Para as pessoas mais velhas como eu, o título dessa news é uma homenagem à novela das 18h “Quem é você?” que passou na Globo em 1996, com a música Noite dos Mascarados, criada por Chico Buarque, executada por uma das maiores vozes que já tivemos no Brasil, Emílio Santiago, falecido em 2013.

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